A Justiça determinou o bloqueio de R$ 38,8 milhões das contas do Corinthians devido a uma dívida com uma antiga patrocinadora.

A quantia corresponde à rescisão do contrato com a Pixbet e ao reembolso das luvas que a empresa deveria receber pelo término do vínculo; a decisão pode ser contestada, e o clube está buscando parcelar o pagamento.

O Corinthians teve uma quantia de R$ 38,8 milhões bloqueada em suas contas bancárias pela 43ª Vara Cível de São Paulo, em decorrência da dívida resultante da rescisão de contrato com a Pixbet, que foi a patrocinadora máster do clube no ano anterior. Segundo informações da revista Veja, a Justiça determinou que a Vai de Bet, atual patrocinadora, repasse esse montante até que a diretoria do Corinthians quite a dívida. Vale ressaltar que a decisão pode ser objeto de recurso. Quando procurado pelo Estadão, o clube se recusou a fazer comentários sobre processos pendentes.

Na gestão do novo presidente Augusto Melo, a Vai de Bet foi anunciada como a nova patrocinadora máster do Corinthians, proporcionando um aporte de R$ 120 milhões anuais por três temporadas, totalizando R$ 360 milhões ao término do contrato, marcando um recorde no futebol brasileiro. Para assegurar o espaço principal na camisa corintiana, a empresa se comprometeu a quitar o valor da multa rescisória do Corinthians com a Pixbet, mas o depósito ainda não foi realizado. Ambas as marcas atuam no setor de casas de apostas.

O contrato com a Pixbet foi assinado em 2022, durante a gestão de Duílio Monteiro Alves, com uma duração inicial de três anos. O acordo envolvia o pagamento de R$ 30 milhões em luvas, dividido em duas parcelas iguais, uma no momento da assinatura e outra em janeiro de 2023 — R$ 10 milhões para cada ano de vínculo.

Em situações de rescisão contratual, o clube seria obrigado a restituir as luvas e pagar uma multa estipulada em R$ 30 milhões, calculada proporcionalmente ao tempo de contrato não cumprido. Como o Corinthians teve a Pixbet como patrocinadora por apenas um ano, precisará reembolsar R$ 20 milhões referentes às luvas e outros R$ 20 milhões do restante do contrato não cumprido. A equipe tenta parcelar a dívida, mas a Pixbet não está satisfeita com os termos de pagamento propostos.

O Corinthians, em busca de novas fontes de receita para sustentar investimentos no futebol e ao mesmo tempo quitar dívidas, que atualmente totalizam cerca de R$ 850 milhões, contratou a empresa de auditoria Ernst & Young para avaliar a situação financeira real do clube. Em entrevista à Band, em 18 de janeiro, Augusto Melo afirmou que o Corinthians alcançará R$ 1 bilhão em patrocínios “em até um mês”. No entanto, o cálculo do presidente inclui valores que serão distribuídos ao longo dos próximos anos.

Além da Vai de Bet, o Corinthians já garantiu o patrocínio do BMG na manga da camisa, a Tele Sena na barra frontal, o Posto Alê na região do peito, e está em negociação com um novo anunciante para os ombros. Adicionalmente, o clube ainda conta com a receita da Nike, que paga R$ 30 milhões anualmente, e um aporte de 11 milhões proveniente da empresa EZZE Seguros. Augusto Melo acredita que a camisa do Corinthians pode gerar R$ 250 milhões por ano.

Recentemente, o Corinthians fechou um contrato com a empresa Brax no valor de R$ 240 milhões para cinco temporadas, visando a exploração das placas de publicidade no campo da Neo Química Arena. A diretoria também está em busca de negociar os naming rights do CT Joaquim Grava, visando um valor entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões para um acordo de 15 anos.

Até o momento, cinco jogadores assinaram contrato para a temporada de 2024: Hugo (lateral-esquerdo), Félix Torres (zagueiro), Diego Palacios (lateral-esquerdo), Raniele (volante) e Rodrigo Garro (meia-atacante). A diretoria planeja contratar reforços para o ataque, a zaga e a lateral-direita. O Corinthians teve um início decepcionante na temporada de 2024, com derrotas para Ituano e São Bernardo no Paulistão, além de perder para o São Paulo na Neo Química Arena. O próximo desafio da equipe é contra o Novorizontino, no domingo, às 16h, em casa.